sexta-feira, 10 de agosto de 2012

RESSUSCITANDO COM JESUS


Ressuscitar com Jesus é o que devemos desejar e pedir que aconteça conosco enquanto estamos aqui na terra. Não se trata da ressurreição escatológica do Final dos Tempos onde todas as pessoas ressuscitarão dos mortos; sejam os salvos ou os perdidos. “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acharem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo”. Jo. 5: 28 e 29. Todos ressuscitarão graças à ressurreição de Jesus Cristo. “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dos que dormem”. 1Co. 15: 20. Convém ressaltar ainda, antes de continuarmos comentando o propósito do apóstolo Paulo de ressuscitar com Jesus que; o fato de todos ressuscitarem, no Final dos Tempos não é uma indicação de que todos foram regenerados para a salvação; porque nem todos serão salvos, mas somente os que crerem no Filho de Deus. “Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. Jo. 3: 18. Porém, algo muito diferente como Ressuscitar com Jesus é o que Paulo queria experimentar, mesmo enquanto ainda estava vivo no corpo da sua carne. Foi isso o que ele quis dizer com saber que Cristo é “ o poder da sua ressurreição”. Em seguida Paulo acrescentou que esperava “de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos”. Filipenses 3: 10 e 11. Com certeza algumas pessoas ao interpretarem Filipenses 3: 11 dirão que “de alguma forma, alcançar a ressurreição dos mortos” se refere à esperança de Paulo ressuscitar juntamente com todos no Final dos Tempos. Afirmo que não, pois ninguém sendo cristão precisa orar por isso, já está prometido e certo. Todos os cristãos ressuscitarão dos mortos e isso acontecerá independente do tudo o que acontecer, pois Cristo fará isso de repente e sem aviso na sua segunda vinda.“Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”; 1Ts. 4: 16. Por essa razão seria ridículo Paulo desejar “de alguma forma” aquilo que inevitavelmente Jesus prometera. Filipenses 3: 10 e 11, de forma alguma se refere à escatologia. (1) Não se refere à ressurreição final dos mortos. (2) Não se refere a ressurreição física como uma recompensa. (3) Não se refere à salvação como uma recompensa pela fidelidade. (4) Nem sequer está falando de ressurreição física. O apóstolo Paulo quer “o poder da ressurreição” agora em vida. Ele sabe que isso não vem sem sofrimento, pois não existe ressurreição sem sofrimento. Não existe ressurreição sem crucificação e Paulo está disposto a morrer para obter a ressurreição. Mas a ressurreição que ele busca não é a do corpo e sim da pessoa que está dentro do corpo. Não pode haver o poder da ressurreição sem que a pessoa tenha sido crucificada, ou, em outras palavras; sem que o seu Eu tenha sido morto. Isso explica o “de alguma forma” de Filipenses 3: 11. Paulo está preparado para tomar medidas extremas a fim de experimentar o poder da ressurreição de Cristo. Porque isto é importante para nós? (1) É uma aplicação prática para entender o ensinamento sobre a ressurreição de Cristo. (2) É um passo adiante para os que desejam assemelhar-se a Jesus. (3) É um passo adiante para os que desejam ter mais poder em sua vida espiritual. (4) Nos ajuda a entender Filipenses 3:11, o que tem sido considerado um versículo difícil. Antes que possa haver uma ressurreição, precisa haver uma morte. Uma coisa é querer o “poder da ressurreição”, e outra coisa é querer a morte! Paulo declara: “Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como Ele em sua morte”. Filipenses 3: 10. Porque Paulo deseja conhecer a Cristo? Com certeza ele conhece a Cristo, porém sente que dificilmente o conhece como poderia conhecê-lo e é por isso que ele acrescenta “a participação em seus sofrimentos”. Muitos de nós queremos “ressuscitar com Jesus”, porém quantos de nós desejamos compartilhar os seus sofrimentos. Paulo deseja tão intensamente “o poder da ressurreição” que está preparado para ir aos extremos a fim de experimentá-lo. “Agora me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja”; Colossenses 1: 24. “Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora eu tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”. Gálatas 3: 19 e 20. “Porquanto, para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”. Filipenses 1: 21. Desejar “o poder da ressurreição” é estar preparado para trilhar todo o caminho da cruz com Jesus, e por todos os meios, pois foi Ele mesmo que disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á”. Mateus 16: 24 e 25. Estamos nós preparados para sofrer o que Ele sofreu? O que sofreu Jesus naquela cruz? (1) Desonra. Jesus não teve prazer nisso, mas “pela alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus”. Hebreus 12: 2. Havia a desonra da nudez: somente criminosos eram crucificados nus, pois eles eram considerados os mais vis; a escória da terra. Havia a desonra de ser classificado como um criminoso comum. Havia a desonra de ser considerado um enganador. “No dia seguinte que é o dia depois da preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus e, dirigindo-se a Pilatos, disseram-lhe: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro enquanto vivia, disse: Depois de três dias ressuscitarei”. Mateus 26: 62 e 63. Ele sofreu a vergonha de um suposto fracasso aparente e também de ser mal entendido. (2) Silêncio. “Ele foi oprimido e afligido; e, contudo, não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, Ele não abriu a boca”. Isaias 53: 7. Ele só podia falar à medida que o Pai o impelisse. Herodes: “interrogou-o com muitas perguntas, mas Jesus não lhe deu resposta”. Lucas 23: 9. Perante Pilatos: “Ao ouvir isso, Pilatos ficou ainda mais amedrontado e voltou para dentro do palácio. Então perguntou a Jesus: De onde você vem? Mas Jesus não lhe deu resposta”. João 19: 8 e 9. Jesus não disse uma palavra quando os que o odiavam ficaram no controle da situação e por isso os que o seguiam ficaram confusos. “Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos, pois Ele quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça”. 1Pedro 2: 21 e 23. (3) Sacrifício. Naquela cultura um animal sacrificado era um animal descartado, um artigo desprezado e você nunca esperaria vê-lo outra vez. Sacrifício da alto-entrega é você não se considerar necessário ou importante e você não amar a sua vida “diante da morte”. Apocalipse 12: 11. Você sacrificar sentimentos pessoais perdoando totalmente a todos. “Jesus disse: Pai perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo”. Lucas 23: 34. Você continuar servindo aqueles que necessitam. “Jesus voltou-se e disse-lhes: Filhas de Jerusalém, não chorem por mim; chorem por vocês mesmas e por seus filhos”. Lucas 23: 28. (4) Solidão. “Todos os discípulos o abandonaram e, fugiram” Mateus 25: 26. Ele sofreu sozinho no Getsêmani, pois os discípulos dormiram. “Depois, voltou aos discípulos e os encontrou dormindo. Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora?” Mateus 26: 40. No fim foi abandonado por Deus. “Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni; que significa: Meu Deus! Meus Deus! Porque me abandonaste?” Mateus 27: 46. Paulo levou tudo isso em conta ao afirmar que queria compartilhar dos sofrimentos de Cristo. Ressuscitar com Jesus foi o desejo de Paulo expresso em Filipenses 3: 10 e 11. Ele desejou experimentar o poder da ressurreição em sua vida, experimentar Jesus de uma maneira tão real quanto foi para os primeiros discípulos, ser controlado pela vontade do Pai. Ele compreendeu que, para experimentar esse poder, precisava estar preparado para viver como Jesus morreu, compartilhando dos seus sofrimentos e de sua desonra.

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