sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O LIVRE ARBÍTRIO HUMANO E A SALVAÇÃO DIVINA

Deus criou o homem concedendo-lhe vontade própria na liberdade de escolha para cumprir o que Ele determinou no seu plano original e para que a própria humanidade fosse responsabilizada pelas suas próprias decisões. No princípio essa condição envolvia até mesmo a decisão sobre a sua própria salvação e tinha uma real conotação de livre arbítrio. Esse era o estado original do ser humano, na criação sem defeito algum como acontece com tudo o que Deus faz. Também disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele o domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra”. Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã do sexto dia”. Êxodo 1: 26, 31. Tudo que o homem fazia era do agrado de Deus, porque fazia de acordo com a sua vontade. A obediência é o principio fundamental para existir perfeita comunhão entre Deus é o homem. Com a adesão do homem ao plano de Deus a humanidade desfrutaria de um verdadeiro livre arbítrio, o qual consta no direito de escolher pertencer a Deus e o direito de rejeitar qualquer outro senhorio. O homem fez um mau uso da sua liberdade de escolha, ou livre arbítrio, pois num momento de extrema infelicidade abdicou da sua comunhão com Deus despojando-se da sua perfeição para tornar-se um ser mortal afastado espiritualmente de Deus pela desobediência. Alias todo pecado em si seja ele qual for é uma desobediência a Deus. O pecado constituiu-se numa barreira de separação entre o homem criado em perfeição e Deus, isto é: entre Deus santo e puro e o homem agora pecador resultado que trouxe trágicas conseqüências sobre toda a criação de Deus. Mesmo com a queda do homem, ele não perdeu a vontade própria na liberdade de escola quanto a sua condição humana, porque está escrito: “Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa. Porventura, tendo Ele prometido, não o fará? Ou tendo falado não cumprirá?” Nm. 23: 19, porém, o homem trocou a liberdade total o verdadeiro livre arbítrio que só possui quem obedece a Deus, por um falso livre arbítrio oferecido pelo inimigo, uma liberdade que o levou a ser um contumaz praticante do pecado tornando-se assim um escravo desse pecado. A pior e mais danosa conseqüência para o homem foi à morte espiritual. Com a morte espiritual a condição humana no que diz respeito às coisas espirituais, torna-se totalmente nula. Então aquele livre arbítrio total e irrestrito da primeira condição do homem com Deus não permaneceu na segunda condição do homem sem Deus, mas apenas um livre arbítrio parcial concernente só as coisas materiais. Deus não tirou o livre arbítrio humano, mas ao se afastar de Deus, o homem por si mesmo abdicou do direito do livre arbítrio quanto a sua espiritualidade. O pecado tirou a condição espiritual do homem. Aqui cabe uma pergunta: Então como o homem pode alcançar a salvação mesmo que ele deseje ser salvo se ele está destituído da sua condição espiritual? Após a queda do homem o meio de salvação para toda a humanidade está totalmente na dependência de Deus. O homem não tem nenhum mérito na sua salvação. O homem pode querer mais só Deus pode efetuar. As condições que levam o homem do pecado a salvação são: a convenção, a conversão ou arrependimento, a confissão para remissão, a fé, a santificação (1) A convenção é o agir do Espírito Santo no nosso interior para nos convencer de que somos pecadores necessitando justificação de Deus para escapar do juízo final. João 16: 7-11. (2) A conversão é uma mudança de direção; quando o homem pela bondade de Deus é conduzido ao arrependimento das práticas pecaminosas. Romanos 2: 4. (3) A fé é um dom que Deus só nos concede quando cremos realmente em seu Filho Jesus Cristo como nosso único Senhor e Salvador. Efésios 2: 8 e 9. Todas as condições que nos levam a salvação só pertencem a Deus; o homem não pode produzir fé, o homem não pode convencer a si mesmo e o homem não pode por si mesmo chegar ao arrependimento. Todos os esforços do homem em obras escritas na lei são em vão, pois o homem por mais que se santifique ainda assim é um pecador hereditário e que nada pode apresentar a Deus para ser justificado. “É evidente que pela lei ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé. Porque ainda dentro de pouco tempo aquele que vem virá, e não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fé, e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma.” Gl. 3: 11, Hb. 10: 37,38. Para não deixar nenhuma dúvida ou interrogação sobre “O livre arbítrio humano e a salvação divina,” vamos esclarecer dúvidas sobre um texto que é usado por alguns, porém, fora do contexto escrito e assim diminuem a glória de Deus sustentando a participação humana na salvação. Este texto está em Tiago: 2:18,26. “Mas alguém dirá: Tu tens fé e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. Porque assim como o corpo sem o espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta. Primeiro precisamos entender um princípio importante que é a interpretação textual. Quando o apóstolo Paulo trata de salvação independente de obras em Efésios 2: 8,9, é que as obras para o apóstolo Paulo já são uma conseqüência da intervenção de Deus na pessoa já antes confirmada; pela fé, pelo convencimento e pelo arrependimento que o dom que Deus colocou gratuitamente no seu coração. Portanto quando Paulo diz: “não de obras para que ninguém se glorie.” Para Paulo as boas obras só podem ser conseqüência do resultado da uma pessoa já salva em Cristo Jesus; as boas obras surgem pela influência do Espírito de Deus que foi implantado no coração do homem através de Cristo. Não podemos comparar com o texto de Tiago 2: 18,26, porque Tiago não está em nenhum momento do texto afirmando que nós somos salvos pelas obras. Quando Tiago diz “mostra-me a tua fé sem obras e eu pelas minhas obras te mostrarei a minha fé”. Contextualmente Tiago está se referindo a uma necessidade de comprovar ou de mostrar ao mundo que a sua salvação foi efetivada pela aquela mesma fé a que Paulo se referiu quando disse que é um dom exclusivamente de Deus. Logo Tiago quer dizer que; apenas você dizer que tem fé em Cristo Jesus não tem nenhuma validade se não for comprovada através das obras que o Espírito Santo opera naqueles que pela vontade de Deus já estão em Cristo. Os dois estão de acordo que as obras são uma ação de Deus numa pessoa que já está salva por Jesus Cristo. Sem Jesus Cristo nenhuma obra é aceita, por isso as obras não salvam mesmo as melhores. “Deus deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus homem o qual a si mesmo se deu em resgate por todos”. 1Timóteo 2: 4 -6a.