domingo, 29 de abril de 2012

ENCHIMENTO DO ESPIRITO

Texto: Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissoluções, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, e sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. Ef. 5: l8-2l. O apóstolo Paulo ao começar este texto repreendendo os crentes de Éfeso quanto a incontinência no tocante ao uso do vinho, propôs demonstrar não só a perda do controle cerebral, causador da extinção sócio-efetiva, mas também fazer uma distinção entre a manifestação do Espírito e o enchimento do Espírito. A Bíblia nos aponta alguns exemplos de como a manifestação espiritual se assemelha demasiadamente a embriagues causada pelo uso de bebidas fortes. Separamos alguns exemplos bíblicos para confirmar esta afirmação. Começamos com a história de Ana esposa de Elcana, uma mulher angustiada de espírito que chorava e não comia devido o opróbrio da sua infertilidade. Ao derramar constantemente a sua alma na presença de Deus, balbuciava através do coração movendo seus lábios inconscientemente sem emitir som nenhum. Ao observá-la o sacerdote Eli a teve por embriagada e lhe disse: “Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti este vinho. Porém Ana respondeu: Não senhor meu, eu sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho derramando a minha alma perante o Senhor”. lSm. 1: 14 e l5. Em Isaias nós encontramos outro tipo de embriagues; a embriagues do cálice do atordoamento da alma. A nação de Israel estava sofrendo uma opressão tão grande que a aflição de espírito do povo equiparava-se a uma embriagues de vinho. “Pelo que agora houve isso, ó tu que estás aflita e embriagada, mas não com vinho. Assim diz o Senhor, o Senhor teu Deus, que pleiteará a causa do seu povo: Eis que eu tomo da tua mão o cálice do atordoamento, o cálice do meu furor, jamais dele beberás; pô-lo-ei nas mãos dos que te atormentaram, que disseram a tua alma; Abaixa-te, para que passemos sobre ti; e tu puseste as tuas costas como chão e como rua para os transeuntes”. Is. 5l: 21 - 23. Sem falar nos apóstolos que no dia de Pentecostes ao serem tomados pelo Espírito Santo e falarem em línguas estrangeiras também foram tomados como se estivessem embriagados. O próprio apóstolo Paulo afirma que foi arrebatado não sabe como, se foi no corpo ou no espírito, mas que somente Deus o sabe, o mesmo foi transportado até ao terceiro céu. Existe uma grande diferença entre enchimento do Espírito e manifestação do Espírito. Quando o apóstolo Paulo se refere; “mas enchei-vos do Espírito”, ele está estimulando aos crentes de Éfeso a buscarem constantemente o enchimento do Espírito, isto é uma ação pessoal, consciente e permanente do crente em busca da plenitude espiritual, o mesmo que andar no Espírito e produzir os seus frutos. Já a manifestação do Espírito é uma ação impessoal, incomum, e temporária do Espírito no crente quando usado pelo Espírito Santo independente de quem seja a pessoa e o tipo da manifestação, porém sempre visando um determinado propósito de Deus. A manifestação é múltipla, porém o Espírito é um só o qual distribui a cada um os seus dons conforme a sua vontade. 1 Co. l2: 4 e 11. “A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos que sejais ignorantes”. 1Co. l2: 1. Os dons são do Espírito, excepcionais e temporários. 1Co. l3: 8. O que diferencia o enchimento do Espírito da manifestação do Espírito são duas perguntas: Manifestação do Espírito – O quanto o Espírito Santo usa de mim? Enchimento do Espírito – O quanto o Espírito Santo possui de mim? Esse é o motivo pelo qual o apóstolo exortar-nos para enchermo-nos do Espírito Santo para que Ele realmente habite em nós. Existem exemplos bíblicos para comprovar que a manifestação do Espírito através dos crentes não significa que os mesmos sejam pessoas espirituais, pois como ficou bem claro a manifestação é do Espírito é única e exclusivamente do Espírito Santo que nos usa como quer e quando quer. Os dons não contribuem em nada para a santificação do crente, mas somente para o trabalho durante a jornada, portanto, não imagine em seu pensamento que as manifestações do Espírito Santo realizadas através de você contribuirá em alguma coisa para a sua salvação. A igreja de Coríntios era profundamente rica em manifestações do Espírito, porém no seu seio havia prostituição, adultério, intrigas, divisões e preconceitos, isso tudo do conhecimento dos seus dirigentes, sendo assim não frutificavam em nada quanto à santificação para a vida eterna. “Agora, porém, libertos do pecado, transformados em servos de Deus, tende o vosso fruto para a santificação e por fim a vida eterna; porque o salário do pecado é a morte; mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor”. Rm 6: 22 e 23. Vejam que em toda a trajetória da igreja sempre existiram e existirão falsos profetas que utilizam as manifestações do Espírito Santo, as quais Jesus Cristo deixou para representar a sua presença no nosso meio, com um único proposto; o de usufruir lucros materiais e desses o apóstolo Paulo nos faz a seguinte advertência: “Rogo-vos, irmãos que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo, Nosso Senhor, e, sim, a seu próprio ventre; e, com suaves palavras enganam os corações dos incautos”. Rm. 16: 17 e 18. O Senhor Jesus Cristo nos deixou o exemplo de como distinguir os propósitos dos corações tanto dos que lhe são fiéis quanto dos infiéis. “Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos naquele dia, hão de me dizer: Senhor, Senhor! porventura não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade”. Mt. 7: 15 ao 23. O Senhor Jesus Cristo afirmou neste texto por duas vezes que é pelos frutos que ele reconhece os que são seus. “Produzi, pois, fruto digno do arrependimento; e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo” Mt. 3: 8 ao 10.

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