MAIS CRISTIANISMO
A Bíblia é a
Palavra de Deus e nós cristãos somos desafiados a conhecê-la melhor, pois nela
estão contidos todos os desígnios de Deus, no que diz respeito a toda
humanidade, mas em especial ao judaísmo e ao cristianismo.
Cabe
uma rápida panorâmica bíblica para entendermos melhor esta reflexão. A Bíblia é
dividida em Velho Testamento do original hebraico Tanak, onde nos encontramos em
primeiro lugar a revelação geral de Deus, isto é: toda a realização da Sua
criação e os primeiros relacionamentos de Deus com os homens através dessas
primeiras revelações. Num segundo momento, Deus se faz conhecer através de vários
eventos históricos, quando intervém na vida de um homem chamado Abrão
especificamente para ser o pai de uma nação chamada Israel, um povo
exclusivamente seu o qual libertou do Egito mediante operação de maravilhas que
culminaram na páscoa, na travessia do mar vermelho, na conquista da terra
prometida, no cativeiro e novamente no retorno do cativeiro para a terra da
promessa. Esse projeto de Deus influenciaria o destino de toda a humanidade.
Dele Abraão assim chamado posteriormente, descende os israelitas e como diz o
Apóstolo Paulo: “pertence-lhes a adoração, e também a glória, as alianças, a
legislação, o culto, e as promessas, deles são os patriarcas e também deles
descende o Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo
sempre Amem”, Rm. 9: 4, 5. Aos israelitas também foram reveladas por Deus muitas
das profecias a respeito da vinda do seu Filho, porém eles não entenderam de
que modo aconteceria, nem o tempo do acontecimento e ainda não compreenderam o
propósito da sua vinda a terra, e até hoje mais de 2000 anos após a sua estada
com eles, os mesmos ainda não aceitam a revelação de Jesus Cristo como Filho de
Deus.
A
segunda divisão da Bíblia chamas-se Novo Testamento e é a parte mais relevante
por se tratar da revelação especial de Deus, por isso nos foi transmitida
através de seu próprio Filho como escreveu o autor da carta aos Hebreus, 1: 1.
Indiscutivelmente a encarnação de Jesus Cristo, como os demais acontecimentos
sobre sua vida, sua morte e sua ressurreição constituem-se no mais alto grau da
revelação especial de Deus. Jesus Cristo revelou o Pai (Jo. 1: l4), mostrou a
natureza de Deus (Jo. 14: 9), o poder de Deus (Jo. 3: 2), a sabedoria de Deus
(Jo. 7: 43), a glória de Deus (Jo. 1; 14), a vida de Deus (Jo. 1: 1-3), o amor
de Deus (Rm. 5: 8), nosso Senhor Jesus Cristo fez tudo isso através dos seus
atos (Jo. 2: 11) e de sua Palavra (Mt. 16: l7). “Eu e o Pai somos um”, (Jo. 10:
30). Então Jesus veio para os judeus e eles não o receberam, e para nossa
alegria, e regozijo, Jesus voltou-se para todos nós os gentios e o apóstolo
João diz no Evangelho: “Mas, a todos
quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a
saber: aos que crerem no seu nome; os quais não nasceram, nem do sangue nem da
vontade da carne nem da vontade do homem, mas de Deus”, Jo. 1: 12, 13. Esta
revelação esteve escondida desde os tempos da eternidade como afirma o Apóstolo
Paulo quando proclama que: “O mistério que estivera oculto dos séculos e das
gerações, agora, todavia, se manifestou aos seus santos, aos quais Deus quis
dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios,
isto é. Cristo em vós a esperança da glória”, Cl. 1: 26, 27. O próprio Senhor
Jesus dimensionou a importância do Novo Testamento como revelação especial de
Deus quando afirmou: “Bem aventurados, porém os vossos olhos, porque vêem; e os
vossos ouvidos porque ouvem. Pois em verdade vos digo que muitos profetas e
justos desejaram ver o que vedes, e não viram; e ouvir o que ouvis, e não
ouviram”, Mt. 13: 16, 17.
Não
por merecimento nosso, mas pela graça, a misericórdia, a longanimidade, e o
amor do nosso Deus, que tudo referente à revelação destinada aos gentios estava
guardada em Jesus Cristo, a qual se revelaria assim como aconteceu na plenitude
dos tempos, isto é, no tempo devido para que todos os gentios convertidos ao
cristianismo fossem alcançados pelo projeto de Deus através da sua graça pela
fé no seu Filho Jesus Cristo, o próprio autor e consumador da nossa fé. Hb. 12:
2.
O ministério do apóstolo Paulo foi-lhe
entregue pelo próprio Senhor Jesus. Vamos rever o que Jesus mandou que Paulo
fizesse: “Porém, em nada considero a vida preciosa para mim mesmo contanto que
complete a minha carreira e o ministério
que recebi do Senhor Jesus para (testemunhar do evangelho da graça de Deus). Agora eu sei que todos
vós em cujo meio passei (pregando o reino de Deus), não vereis
mais o meu rosto. Portanto eu vos protesto, no dia de hoje, que estou limpo do
sangue de todos, porque jamais deixei de vos
(anunciar todo o desígnio de Deus)”, At.
20: 24 a 27. O ministério do apóstolo Paulo em suas epístolas esta todo
fundamentado nestes três preceitos recebidos do próprio Senhor Jesus Cristo: Testemunhar do evangelho da graça de Deus,
pregar o reino de Deus e anunciar todos os desígnios de Deus.
Testemunhar
da graça de Deus já era uma manifestação do povo de Deus no Velho Testamento.
“Bendito seja Deus, que não rejeita a minha oração, nem se aparta de mim a sua graça”, Sl. 66; 20. Mas nada se compara
com a revelação especial da graça no Novo Testamento, porque o Senhor Jesus é a
própria graça de Deus, não só manifestada, porém revelada na sua resplendorosa
forma por meio da sua encarnação. Por isso João afirma: ‘Porque a lei foi dada
por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”
Jo. 1; 17. É para testemunhar sobre a graça de Deus que os apóstolos e todos
nós somos convocados pelo Senhor Jesus em Atos l; 8. O Espírito Santo
constantemente testemunha em nossos corações que Jesus Cristo é a graça de
Deus. “Quando, porém, vier o Consolador, que Eu vos enviarei da parte do Pai, o
Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim; e vós
também testemunhareis porque estais comigo desde o princípio”, Jo. 15: 26.
Pregar o reino de Deus é a segunda
imposição de Jesus Cristo ao apóstolo Paulo, e o apóstolo escolheu simbolicamente
“comida e bebida” as duas coisas mais importantes sem as quais ninguém
sobrevive para representar que materialmente em nada que existe no mundo vai-se
encontrar o reino de Deus, porque este reino não é deste mundo, pois se trata de
um reino espiritual. “Porque o Reno de Deus não é comida nem bebida, mas
justiça, paz, e alegria no Espírito Santo”, Rm. 14: 17. O apóstolo menciona
espiritualmente a representação da trindade para representar o reino de Deus. A
Justiça de Deus. A Paz de Cristo. A Alegria no Espírito Santo. As pregações do apóstolo Paulo mesmo por
epístolas estão todas baseadas em coisas espirituais e jamais em coisas
materiais.
Anunciar os desígnios de Deus é a
terceira determinação que compõe o ministério que o apóstolo Paulo recebeu do
Senhor Jesus Cristo. Esta expressão anunciar os desígnios de Deus, segundo o
contexto dos versículos 26, 27 de Atos capítulo 20, intima o apóstolo para que
além de proclamar a vontade, o desejo e os propósitos de Deus, ele seria
cobrado quando fizesse qualquer restrição ou omissão de anunciar qualquer
recomendação quanto ao comportamento que levaria o cristão ao desvio e a perda
da salvação, isto é, responsável pelo sangue daqueles que ele teve a
oportunidade de anunciar os desígnios de Deus e não o fez por conveniência pessoal
ou omissão. Essa era a antiga função do atalaia em Ezequiel 3: l7-18. O
ministério de JESUS CRISTO está contido
é no NOVO TESTAMENTO. O que se está pregando nos dias de hoje? Por isso
proclama-se MAIS CRISTIANISMO JÁ.
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